Ser só

Diante de feridas, ausências e inúmeras emoções, faz-se presente um atormento que envolve grande parte da sociedade: a solidão. Por outro lado, cada indivíduo encontra em seu interior a maior necessidade de comunicação - precisamente ela não abrange a fala - trata-se de qualquer linguagem correspondida.
O alvo que quero discutir é quais os motivos encontrados para que certas pessoas sintam-se bem acompanhadas e outras vivam sozinhas sem dificuldade. Estar só pode parecer, muitas vezes, o bem maior do mundo do que viver cercado das complexidades pertencentes ao ser humano e as suas ideias.
É interessante, porém, notar que a necessidade de expressão é comum em alguns contextos. Um deles está lá na Idade Média, quando a dama apaixonada sofrendo pela partida do amado, desabafava-se com as flores, as aves, ou até mesmo com as ondas. Ainda que a natureza não respondesse, ela sentia-se bem por sua "linguagem".
A solidão faz parte do ser humano baseando-se na ausência de pessoas, no medo e na angústia. Por gestos de amor, de defesa, de amizade o homem registra o seu eu dentro do próximo que encontrar, e se não encontrar, a solidão parece que o abraça feito mãe ao filho.
Nosso amigos são aqueles que mais nos confortam nessa realidade, afinal um prende-se ao outro e não seria, de forma alguma, ignorância importar-se mais com as palavras do que com as relações éticas de comportamento, pois o que se eleva é a compreensão de semear afeto e o desapego em regras de um mau-querer.