Nadia havia terminado o segundo ano de estágio no laboratório bem distante da pensão. Voltava, pela última vez, da tal clínica. Dobrando a esquina, tão distraída com as folhas de registro, tromba com aquela que seria sua mais nobre razão de viver: Ana.
Meio assustada e sem jeito, desculpa-se três vezes seguidas, mas logo percebe a risada da garota e vê que... está tudo bem.
A troca de olhares não foi suficiente. (Não) gostariam de se trombar por ali novamente.
No travesseiro, a ausência daquele sorriso envolvia ambas as partes. Vozes perturbavam seu sono. Desejava ao menos, saber o nome de quem roubava seus pensamentos. Um tanto otimista demais, Nadia sabia que aquela seria a face com quem deitaria todos os dias de seu futuro previsível. Buscava tão já, desejos intensos, risadas sem motivos, lembranças para os filhos... ESPERE! Ela nunca mais veria aquele sorriso. É, aquele sorriso era único, a palidez natural de sua pele e o sopro de sua risada estavam prestes a desabrocharem. Deu receio de partir daquele lugar por saber que assim ela não veria mesmo sua amada.
Sem mais por hoje. (L)